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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Anjos da Noite

Hoje postarei aqui o depoimento real de um anjo que vem realizando seu trabalho voluntariamente ajudando o próximo:

A Fiquei chocado, pois fazia muito frio, então resolvi parar o carro e ajudá-lo, pois tinha algumas roupas no carro e resolvi doar.
Depois de trocar a roupa molhada, incluindo sapatos, e um sobre tudo, esse Senhor olhou-me fixamente nos olhos e disse-me em tom solene:

"VOCÊ É UM ANJO DA NOITE".

Discordei, mas agradeci o elogio, continuando minha trajetória para casa.
Aquela frase ecoou em minha mente, durante todo trajeto, ficando o semblante de gratidão e alegria daquele senhor gravado em minha mente.
Ao chegar em casa, adormeci, sonhei que estava no mesmo local onde doei as roupas e me vi dando comida e roupas para muitas pessoas. Aquele senhor me olhava e continuava dizendo: Você é um Anjo da Noite.
Acordei sem esquecer do acontecimento durante o sono. Resolvi chamar alguns amigos e sair as ruas para distribuir alimentos. Fizemos um sopão muito suculento para aproximadamente 100 pessoas, fomos a rua Amaral Gurgel para distribuir o alimento. Nunca mais paramos. Pois foi tão importante e gratificante, que resolvemos adotar o nome sugerido pelo Ancião citado.
Passamos a arrecadar com nossos amigos, familiares e vizinhos, alimentos, roupas, calçados, agasalhos e cobertores, para que dessa forma pudéssemos diminuir, pelo menos um pouco, o sofrimento dos nossos irmãos e famílias carentes, que vivem e dormem nas ruas, mesmo nas noites frias de nossa cidade, fria não só de temperatura, mas de calor humano que teima em se dissipar no agitado mundo das metrópoles.

Esses desafortunados não precisam somente de comida para o sustento do corpo.
... é necessário alimentá-los a alma;
Não precisam somente de água para lhes matar a sede
... pois têm sede de vida;
Não somente de um cobertor para cobri-los nas noites frias
... pois buscam abrigo no respeito e no carinho;
Não só precisam do relacionamento social
... pois precisam da troca sadia humana;
Não só ser ouvidos precisam
... é necessário entendê-los;
Não só lhes falar ou cumprimentar é necessário
... é imperativo incentivar e esperançá-los;
É necessário fazê-los sentir que vivem, e que a vida vale a pena.

Talvez esteja errado em falar "esses desafortunados", talvez seria mais justo dizer "nós desafortunados", isso mesmo, nós! Afinal do que são feitas as cidades? São feitas de pessoas, e o conjunto de pessoas convivendo em um espaço comum formam uma aglomerado que é conhecido como cidade, e todo o resto serve de infra-estrutura para realizar e melhorar a convivência entre seus integrantes, ou seja, dinheiro, casas, lojas, ruas, avenidas, praças, parques, carros e todo o resto que compõe a paisagem urbana servem apenas para amenizar os atritos do relacionamento humano, portanto, nós somados com tudo isso formamos um único elemento, que se movimenta o tempo todo, que pulsa, pois então, cidade é vida.

Mas parece que é feito o contrário, ao invés de melhorar a convivência humana, estamos nos afastando uns dos outros, estamos tão envolvidos nesse ritmo frenético que mal percebemos o que estamos fazendo, mal percebemos que estamos perdendo a noção do que significa a palavra cidadania, que muito além de uma palavra, é um conjunto de ações feitas por um cidadão, que obviamente vive nas cidades, feitas de seres humanos, é claro, portanto, cidadania é a prática da humanidade.